segunda-feira, 12 de março de 2012

Doces húngaros: receitas e histórias para saborear e sonhar

Ele traz 25 receitas da confeitaria austro-húngara, que foram transmitidas de geração em geração. Cada receita é apresentada com minúcias e acompanhada de uma história da Hungria ou da própria família da autora, que chegou ao Brasil em 1957 fugindo do comunismo. Istvan Wessel, também de origem húngara, escreveu o prefácio do livro onde nos revela que “a cozinha húngara é boa, mas a confeitaria de lá é que faz a diferença no mundo da gastronomia”. A ideia de escrever um livro sobre doces húngaros nasceu a partir da notícia da morte de Judith, confeiteira de mão cheia e tia de Dorothea. “Naquele dia vieram-me à lembrança aquelas deliciosas tardes em que eu a observava na cozinha, enquanto me contava fascinantes narrativas sobre doces húngaros, como a sobre­mesa predileta de uma princesa ou de grandes personalidades húngaras, como Franz Liszt. Naquela mesma noite decidi que passaria adiante não apenas as receitas, mas também histórias a elas relacionadas”, explica Dorothea. Após intensas pesquisas Dorothea rumou para a Hungria para verificar “in loco” as receitas e histórias húngaras. Depois de 8 meses, 15 Kg de livros e 8 Kg a mais na balança, Dorothea finalizou este livro, que foi editado pela DBA, reconhecida no mercado pelos livros de alta qualidade. Com tratamento estético que nos remete à época do Império austro-húngaro, o leitor encontrará desde receitas tradicionais como a Torta Dobos, Torta Gerbeaud ou a Panqueca Gundel até receitas de massa de strudel e mil-folhas. Entre os costumes austro-húngaros relatados, um deles é a importância de oferecer doces às visitas, num carinhoso gesto de boas-vindas e “Volte sempre”. Há ainda muitas referências históricas ao Império dos Habsburgos que estão associadas à tradição confeiteira – como a criação da torta Dobos, que foi primeiramente ofertada ao imperador Francisco José II e à imperatriz Elisabete (“Sissi”), depois viajou por toda a Europa e hoje é motivo de festa na Hungria. Outra referência é o doce preferido de Franz Liszt, que nesse ano completa 200 anos de sua morte: o Császármorzsa, que significa migalhas imperiais, uma farofa com calda de frutas vermelhas. A coincidência fica por conta da tradução literal de sobrenome da autora, que é “farinha”.

Nenhum comentário: